A evolução natural do sistema de maternidades
O Governo tem vindo a aplicar nos últimos meses uma das suas promessas. A reestruturação do sistema das maternidades do nosso país. Quanto a este tema, como em muitos outros, continuo a achar que em Portugal fazem-se tempestades em copos de água, ou não fossemos um povo de "tudo ou nada", "oito ou oitenta"...
Enfim, imaginem só o que seria se Portugal tivesse um tamanho como Alemanha, França ou os Estados Unidos, com esta mentalidade de ter uma maternidade por cada aglomerado populacional teriamos milhares de maternidades, com a natural carga económica, inerente à manutenção de espaços, equipamentos e recursos humanos. Não pode ser, o caminho não é esse.
Nas duas últimas décadas, os meios de comunicação, as auto-estradas, itenerários principais e complementares cresceram de tal modo, que as distâncias foram encurtadas.
Por vontade de muita gente continuáva-se a nascer em casa, mas não pode ser... A solução do Governo nesta matéria, na minha óptica, só pode pecar por tardia. Mas mais vale tarde que nunca... Agora há que afinar o processo, limar arestas, talvez num ou noutro caso, seja efectivamente precipitado fechar os serviços de maternidade, mas grosso-modo, parece-me que é esse o caminho. Com menos pessoal não especializado, o mesmo pessoal especializado mas mais concentrado nos hospitais centrais... os portugueses só ficam a ganhar. Vão nascer em melhores condições e as mães, vão dar à luz, com menos riscos de falta de assistência especializada.
Quantas não são as mães, que não pretendem ter mais filhos, porque tiveram experiências traumatizantes por falta de assistência em maternidades de província? Quantas não são as senhoras que desejaram ter anestesia epidoral e tal não foi possível, porque não havia um anestesista na maternidade? Quantos bebés não sofreram horas a fio para nascer, porque não era possível fazer o parto de recurso, a conhecida cesariana?
Os meus pais nasceram em casa em colchões de palha, ao que me disseram o meu pai caiu no chão logo à nascença. Os meus irmãos nasceram em casa, assistidos por uma senhora que empíricamente sabia da arte de trazer bebés ao Mundo. Eu fui um felizardo, já nasci numa clínica, fui dos primeiros na vila onde nasci, mas agora que já é cidade já ninguém lá nasce, porque é na capital de distrito, que fica a 12 quilómetros que nascem grande parte dos bebés, porque têm nelhores condições e mais específicas para as parturiantes e recém-nascidos. Mas os meus filhos, não nasceram aí, andei mais uma meia-dúzia de dezenas de quilómetros, mas a minha esposa e os meus filhos tiveram assistência ainda mais pronta e especializada, ou seja os tempos mudam, as condições de saúde têm que evoluir com os tempos, só assim faz sentido.
Ah... mas todo este processo tem que evoluir ao ponto de garantir que o transporte e acompanhamento das senhoras que estão a iniciar o trabalho de parto seja feito por pessoal qualificado para tal. Também aí há que investir, pior que ter uma assistência precária num hospital de província, é não ter qualquer assistência num carro ou mesmo numa ambulância.
2 Comments:
Então e este Sion...
É certo ainda é a pré-época e tal e tal...
Falando agora das maternidades...
Talvez estejas certo...., mas há determinados serviços pelos quais o estado e na figura do governo é o responsável e não podem ajuizar ou melhor avaliar, com uma visão redutora de apenas financeira ou economicista desses mesmos serviços..
Como disseste e bem, aliás muito bem, não podem (ou não deviam) fechar sem acautelar de forma devida os meios de transporte que as futuras mães poderão necessitar...
Fico-me por aqui, no desejo ardente de te encontrar em breve...
beijinhos
11:19 da tarde
é fácil falar de barriga cheia, quando da marinha a leiria são uns minutos agora perguntem ás parturientes que têm de ir de elvas a portalegre os riscos que isso pode implicar ou irem nascer numa maternidade no estrangeiro enquanto houver protocolo, porque esse protocolo só têm a duração de um ano e se os espanholitos não renovarem o protocolo e não é o 1º que quebram por falta de pagamento do estado português, com o dinheiro que estado português paga à materno infantil de badajoz dava para a maternidade de elvas ser considerada como maternidade 5 estrelas, mas voçês não têm ideia que é viver no interior, num país de risco ao meio
10:40 da tarde
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