Neste espaço pretendo partilhar com toda a blogosfera a minha visão sobre os assuntos que vão fazendo o dia-a-dia de todos nós, aqui passará à posteridade... Outros assuntos que mexam com o civismo, que vai faltando na nossa sociedade e a camaradagem, que é fundamental para seguir em frente... são bem vindos ao "civismo e camaradagem".

segunda-feira, julho 03, 2006

Renovação governamental, mais um passo à direita

Numa altura em que o país está de tal modo embuído do espírito futebolístico, que tudo o resto passou a ser secundário. O Presidente da República deu hoje posse aos novos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa e aos respectivos secretários de Estado, três dias após a segunda remodelação do Governo de José Sócrates em 15 meses. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Diogo Freitas do Amaral deixou o Governo na sexta-feira, a seu pedido e por «motivos de saúde», sendo substituído por Luís Amado, até agora titular da pasta da Defesa. Para o lugar de Luís Amado, o primeiro-ministro escolheu Nuno Severiano Teixeira, que entra pela segunda vez para um Governo do PS, dado que já foi ministro da Administração Interna no segundo executivo de António Guterres (2000-2002). Quanto às mudanças nas secretarias de Estado, apenas entra um novo governante, João Mira Gomes, para secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, lugar deixado vago por Manuel Lobo Antunes, que transita com o ministro Luís Amado e vai assumir a pasta dos Assuntos Europeus, donde saiu Fernando Neves. Nas outras duas secretarias do Ministério dos Negócios Estrangeiros mantém-se António Braga (Comunidades) e João Gomes Cravinho (Negócios Estrangeiros e Cooperação).
É com bastante pena que vejo Diogo Freitas do Amaral abandonar o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros. Freitas do Amaral é a prova de que os Homens, mesmo os políticos, não devem ser cordeiros de princípios e estatutos partidários, também os políticos devem agir de acordo com a sua consciência enquanto seres humanos. Que sorte teve Freitas do Amaral em estar no Governo livre das amarras dos aparelhos partidários. Foi um excelente Ministro e Portugal marcou pontos no estrangeiro, afirmou-se enquanto nação autónoma.
Na minha humilde opinião, e por muito paradoxal que pareça. Com a saída de Freitas do Amaral, o Governo vai rumar definitivamente à direita e ao Neo-liberalismo, até porque no seu lugar, vai estar Luís Amado, que já deixou indícios de que é esse o rumo que pretende para o país e o mesmo deverá acontecer nas decisões internacionais. Penso que não foi este o rumo que os portugueses pretendiam para o país, ao darem a maioria absoluta ao Partido Socialista. Vamos ver o que é que isto vai dar...