Dia Mundial do Ambiente e a desertificação
Neste Dia Mundial do Ambiente, ficámos a saber que um terço da população mundial vive em regiões secas e de acesso difícil à água, numa realidade que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), atinge dois mil milhões de pessoas, em 100 países.
Se o nosso país vai estando longe de outras tragédias que assolam o planeta, neste caso da desertificação, da falta desse bem precioso que é a água, Portugal está na lista da ONU. Um terço do território nacional tem características climáticas, de solo e de vegetação próprias das zonas áridas. As regiões mais afectadas encontram-se no interior e estendem-se pelo país de Sul a Norte. Este fenómeno provoca o abandono de terras e gera fluxos migratórios das populações do interior para as grandes cidades, daí que tenhamos um país tão pequeno e mesmo assim, com realidades tão diferentes entre litoral e interior.
É um facto que em alguns países, principalmente no continente africano, o problema é mais grave, onde todos os anos milhares de pessoas morrem por causa da seca, no entanto há que tomar medidas para voltar a repovoar o país na sua plenitude, para não desequilibrar ainda mais o barco.
À falta de água, junta-se os incêndios que ano após ano, vão fazendo desaparecer a nossa mancha verde, tão característica das terras lusitanas. Essa floresta que vai ardendo por falta de medidas de fundo na prevenção e combate aos incêndios e aos incendiários, de décadas de políticas assassinas.
Os fogos já começaram um pouco por todo o país, casos de Barcelos, Amarante, Águeda, Mértola, entre outros que nas últimas horas ardiam, ou ainda ardem. Teme-se que venhamos a ter mais um ano em que continue a desaparecer uma das razões que ainda mantém as populações no interior, a floresta, que dá trabalho directa ou indirectamente aos habitantes do interior do país, sendo em muitos casos o único motor das economias locais.
Voltando à visão da ONU, sobre o panorama geral do planeta, as Nações Unidas calculam que cerca de 135 milhões de pessoas estão em risco de abandonar os territórios devido à aridez, à falta de condições para a agricultura e abastecimento de água e explicam que se não houver um uso sustentável dos recursos, o já frágil equilíbrio pode transformar terras áridas em desertos.
Neste Dia Mundial do Ambiente, as Nações Undias apelam para o não abandono das zonas áridas. Perante um cenário de mudanças climáticas e de perda da biodiversidade, a ONU pede aos povos e decisores políticos medidas para contrariar o fenómeno da desertificação.
Ora, como diz o ditado popular, sobre "casa onde não há pão...", neste caso aplica-se a "território onde não há água...". Nessas regiões, os conflitos por razões de sobreviência agravam-se e podem levar a fugas em massa.
Em Portugal e à nossa escala, o fenómeno é idêntico, cada vez mais se regista a fuga para as cidades, em especial as do litoral, até porque, o investimento público é para o litoral que é endossado e a disparidade é cada vez mais acentuada. De uma vez por todas, para que tenhamos um país mais uniforme, há que criar motivação nas populações para voltarem às terras do interior, para que Portugal seja um só, com bom Ambiente e qualidade de vida.
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