Esperanças... já só na selecção A
A selecção nacional de sub-21 disse adeus ao nosso Europeu.
Depois do Mundial de sub-20, que em 1991 Portugal organizou, contou com o apoio inesquecível dos portugueses e ganhou. Seguiu-se em 2004, o Europeu de selecções A, que Portugal organizou, mais uma vez de forma brilhante, contou com toda uma nação a apoiar a equipa, mesmo os que não gostam de futebol, estiveram com a selecção no Euro 2004 e dentro das quatro linhas a equipa das quinas chegou à final, onde perdeu, mas o sucesso de mobilização da nação foi, mais uma vez, acompanhado pelo desempenho desportivo.
Esperáva-se que este novo grande evento de futebol internacional organizado pelo nosso país, fosse acompanhado por sucesso desportivo, até porque a selecção das quinas apresentava-se como líder do ranking europeu de selecção sub-21, depois de uma fase de qualificação imaculada, com 10 triunfos noutros tantos jogos.
As dificuldades que a selecção teve para se impôr à Suiça, na eliminatória final de acesso a esta fase final do europeu de esperanças, mantiveram-se ao longo dos três jogos da fase de grupos que ao longo da última semana decorre no norte de Portugal. Se frente aos helvéticos, Portugal ainda conseguiu o golo de Varela que levou a selecção à fase final e, a fase final para Portugal. Agora, quase nada correu bem à selecção de Agostinho Oliveira.
Bem, só esteve o público português, que praticamente encheu os estádios onde a selecção das quinas jogou, que apoiou do princípio ao fim, que gritou, cantou e no final, depois do insucesso desportivo, ainda brindou os atletas com o calor dos aplausos. Brilhante povo este que é o nosso. Parabéns, em especial ao público vimaranense, é que ontem, na despedida de Portugal do Euro sub-21, foi arrepiante ver o amor de todo aquele povo à nossa selecção, ao nosso país... ou não fosse lá que ele, o país, tivesse nascido.
Para além da mobilização dos portugueses em torno da selecção de esperanças, pouco há de bom a retirar desta prova para a selecção portuguesa. Vimos atletas jovens, que até tinham esperanças de ir ao Mundial, muito cansados, a precisar de férias depois de épocas muito desgastantes, a fazerem exibições paupérrimas, onde nada saía bem, casos de Quaresma, João Moutinho ou Manuel Fernandes. Frente à Sérvia e Montenegro, vimos o jovem Bruno Vale defender uma grande penalidade e pouco depois, sair de forma corajosa a evitar fora da área o que seria o terceiro golo do seu adversário e a lesionar-se de forma a não só não poder jogar mais no Euro de esperanças, como a não poder seguir para o Mundial de selecções A na Alemanha, para o qual estava convocado.
Vimos arbitragens muito fraquinhas, que permitiram o anti-jogo de algumas equipas, quando tal lhes convinha, que permitiram entradas mais violentas, que não assinalaram grandes penalidades, quase sempre a prejudicar a nossa selecção.
Mas como se não bastásse, vimos um seleccionador de esperanças a receber recados do seleccionador A (Scolari), antes da convocatória e já durante os jogos e este a responder conforme as suas limitações hierárquicas lhe permitiam.
Vimos um excelente conjunto de atletas, que garantem o futuro do nosso futebol, a ficarem com uma nódoa no seu currículo, pois as opções para os jogos, me parecem muito discutíveis. Ainda ontem, fiquei surpreso quando vi Raul Meireles a jogar como estratega da equipa, como se de um número 10 se tratásse, isto depois de o termos visto a jogar a médio defensivo no primeiro jogo e a acabar a central no segundo. É verdade que Raul Meireles foi, de longe, o melhor entre os atletas portugueses neste europeu, mas não vale a pena exagerar no recurso ao atleta e à sua polivalência.
Enfim, foi tão mau, que nem o brilhante golo obtido por João Moutinho e a excelente jogada individual que o antecedeu, por parte de Nani, apagam a frustração de sentir, que à excepção da França, Portugal é superior às outras duas equipas do grupo e tinha obrigação de seguir para as meias-finais. Agora venha lá o Mundial, porque o Europeu de esperanças, já não é para nós.
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