Dois anos de Governo de Sócrates
Foram várias as medidas polémicas em 24 meses de executivo socialista. Muitas reformas, algumas delas muito urgentes e que tardavam, é verdade, mas não creio que tenham sido feitas a "cortar a direito".
Falou-se em criar postos de trabalho, mas o desemprego continua a aumentar e a continuar camuflado na forma de cursos técnico-profissionais, muitos deles apenas para entreter, porque são mal leccionados e, pior que isso, os próprios formandos não os encaram como uma oportunidade de evoluir e semear para mais tarde colher.
Os cargos de colocação política, continuam como até aqui, neste aspecto Senhor Primeiro-Ministro, não há novidades. Os famosos "jobs for the boys" continuam.
Nos 24 meses de vida do executivo socialista, o momento mais difícil terá sido quando Sócrates anunciou no Parlamento um aumento do IVA de 19 para 21 por cento. O que para quem prometeu não aumentar impostos, foi até hilariante saber que ia aumentar o "Imposto", na verdadeira acensão da palavra, o verdadeiro encaixe do estado, sobre praticamente tudo.
Ao longo da governação, Sócrates apostou nas novas tecnologias, fez alterações na saúde, e reforçou o controlo fiscal. Mas as escolas estão a fechar e as realidades locais a serem esquecidas, continuam as crianças a terem professores deslocalizados, desmotivados e muitas das vezes cansados, porque continuam a leccionar longe dos seus, das suas famílias, do seu mundo, muitos deles não podendo constituir família. Havendo depois casos de professores que não podem ensinar e compreender as crianças e as suas famílias, porque não têm grau de comparação, não podem ter filhos e a família está longe. Continuam as crinças a terem como auxiliares, POCs colocados pelo Centro de Emprego, com a natural motivação de quem sabe que está naquele trabalho a prazo e só para não pertencer às estatísticas do desemprego. Mas este flagelo dos POCs vê-se não só nas escolas como em muitos outros serviços públicos, desde as autarquias à Segurança Social.
Estes dois anos ficam marcados pela feliz eleição de Cavaco Silva para Belém, que foi o melhor que podia ter acontecido a Sócrates, pois o espírito reformista de Cavaco é na mesma linha da do Primeiro-Ministro, ou seja, mexer em tudo, ao estilo de "baralhar e voltar a dar...".
Sócrates para muitos venceu a luta pela liberalização do aborto, para mim, desperdiçou milhões de euros num referendo completamente despropositado, que acabou por me dar razão, quando o resultado não foi juridicamente vinculativo. Ou seja, teve que passar pela Assembleia da República a apresentação da proposta de alteração de lei na matéria, para ser aprovada... reparem só no dinheiro que se tinha poupado se se tivesse avançado logo para essa medida. Dava para criar muitas casas de acolhimento a crianças e mães desfavorecidas, dava para criar condições para podermos evitar que mães tenham que recorrer a essa cruel realidade de "ter que abortar...". A vontade de liberalizar a IVG antes das 10 semanas já constava do programa de Governo que os socialistas propuseram aos portugueses e que ganhou com maioria absoluta. Daí, eu não perceber o porquê desde referendo. Ou será que os portugas após mais de trinta anos de Democracia, continuam a votar às cegas, sem lerem os programas de Governo dos diversos partidos?... mas avancemos.
Sócrates levou adiante a reforma da segurança social, esperemos que consiga vencer essa batalha, pois é uma das mais urgentes que temos pela frente nas próximas décadas, para que o Estado continue a zelar pelos interesses dos seus cidadãos, dos mais desprotegidos.
O fecho de maternidades e de serviços de urgências marca este Governo, que parece não ter mãos a medir no corte das despesas com os pobres e desprotegidos, mas por outro lado aposta em obras megalómanas, como o TGV e o aeroposto da OTA, sem esquecer as auto-estrdas que estão por todo o lado... algumas "às moscas", caso, por exemplo, da A15, que liga Santarém às Caldas da Rainha, onde os portageiros até adormecem de tédio. Isto realmente nunca esteve tão bom para os grandes construtores, um dos lobbys que me parece que continua a mandar e desmandar neste país.
Sócrates tomou várias medidas polémicas inseridas numa estratégia de combate ao défice. Por algumas delas, tem sido um forte alvo de críticas e manifestações.
Agora, a meio do mandato resolveu adulterar as regras das finanças regionais. Vai daí, Alberto João Jardim, fez a única coisa que lhe restava. Demitiu-se, ou seja, o Governo Regional foi dissolvido, vai a novas eleições e Jardim ainda consegue ir a votos como mártire pela causa madeirense, perspectivando-se que reforce a sua maioria, tornando-a mais absoluta, ou seja, o "absolutismo" vai permanecer durante mais uns anos na Madeira. Independentemente de não me rever em praticamente nada das políticas e ideais de Alberto João, tenho que admitir que Jardim fez o que tinha que fazer, tinha um programa, com base em critérios e verbas e estas vão ser modificadas, a bem da verdade e lealdade para com o seu povo, a quem Alberto João Jardim nunca mentiu. Demitiu-se.
Com tudo isto, continuo a não perceber como é que José Sócrates e o PS continua a ter vantagem confortável nas sondagens de intenção de voto. Será porque não existe oposição, mas sim concorrência? Ou seja, os políticos sabem que é um processo cíclico, quando o povo se cansar deste Governo, mete lá outro, mais ou menos igual... só muda o cheiro.
3 Comments:
Tudo treta ! PS é e sempre foi a maior ilusão da democracia portuguesa. Aliás na peugada do grande mito Mário Soares.
11:05 da tarde
Tudo treta ! PS é e sempre foi a maior ilusão da democracia portuguesa. Aliás na peugada do grande mito Mário Soares.
11:06 da tarde
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