Saddam: A hipocrisia do Mundo dito civilizado
Saddam Hussein, o antigo presidente do Iraque, volta a estar "nas bocas do Mundo", pois o Supremo Tribunal Penal iraquiano, pronunciou a sua condenação à morte, assim como mais dois dos oito acusados no processo de Doujail. Além de Saddam Hussein, foram condenados à pena capital um dos seus três meios-irmãos e antigo chefe dos serviços de informações, Barzan al-Tikriti, e o antigo presidente do tribunal revolucionário. Os regulamentos do tribunal prevêem um procedimento automático de recurso em casos de condenação à morte, o que poderá fazer adiar por várias semanas ou meses a execução da sentença.
Bem, estes três elementos simbolizam aos olhos da justiça iraquina o regime ditaturial que governou aquele poderoso país do médio-oriente, que esteve à frente do destino daqueles cidadãos e do seu sub-solo...
Pode-se afirmar sem correr o risco de ser cruel, que numa análise simplista destas condenações, em especial a de Saddam, que foram vítimas do próprio veneno, ou seja, Hussein e seus pares que sentenciaram à morte tantos cidadãos, fomentaram que essa cruel e bárbara forma de penalizar os prevaricadores fosse o "pão nosso de cada dia" naquele país e eis que agora, que o regime totalitarista caiu, por acção de força internacional liderada por Norte-americanos e britânicos (não confundir, com Nações Unidas, porque não foi esse o caso, como sabemos), acaba por ser condenado à morte o próprio que tanto defendeu essa deplorável forma do Homem, fazer justiça, que, perdoem-me, não lhe compete a si fazer... ninguém tem o direito de tirar a vida a nenhum semelhante.
Já deu para perceber que sou totalmente contra a Pena de Morte e mesmo no caso de Saddam Hussein, oponho-me terminantemenet a essa pena, até se de Oussama Bin Laden se tratásse, diria exactamente o mesmo. Compreendo os argumentos dos que defendem a pena de morte, que curiosamente são os mesmos que se opõem à despenalização do aborto, porque defendem o direito à vida... Mas, reitero a minha firme convicção de que pena de Morte... Nunca, em caso algum.
Tal como eu pensam a Amnistia Internacional, a União Europeia, o Vaticano e muitos outros. Do lado dos que se congratulam com a medida surgem, compreensivelmente os invasores do Iraque, Grã-Bretanha (que não a versão oficial, da reação de Tony Bear, que se manifestou contra a decisão do tribunal...), Estados Unidos, entre outros.
Mas, agora digam lá se a um dia de mais umas eleições internas nos "States", não dá muito jeito aos Republicanos de George W. Bush, que esta decisão tenha sido aplicada, para júbilo do espírito de "olho por olho, dente por dente" americano, como se de uma "fantochada" do género "Wrestling" se tratásse... É que assim, alguns americanos até podem lhe perdoar os mais de 3 mil americanos que já foram mortos no Iraque depois da ocupação. Parabéns, senhores imperialistas e Donos do Mundo, esta decisão saiu no "timming" correcto.
Depois há uma visão politicamente correcta que quero realçar, porque talvez seja a visão mais sensata e de acordo com a realidade, a da Rússia de Putin, é que a diplomacia russa considera o julgamento de Saddam Hussein um assunto interno do Iraque e defende ser necessário evitar a politização da sentença ditada pelo tribunal iraquiano.
Pois é, mas se o Mundo interviu nos assuntos internos iraquianos para colocar fim ao regime opressivo que reinava, não seria coerente que fosse o Tribunal Internacional, com as leis internacionais e do mundo dito civilizado, a julgar o ditador Saddam Hussein?
A mim, parece-me que os militares invasores poderiam ter sido mais coerentes e acabavam com tudo isto, executando o presidente iraquiano assim que o encontraram no seu refúgio. Ao menos tinham sido mais honestos e não pactuavam com a hipocrisia que reina neste Mundo cruel.
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