Espírito natalício dos jogadores do FCP...
Ontem teve lugar o primeiro dia de futebol do novo ano, começou com o que vulgarmente se apelida de "Festa do futebol", a Taça de Portugal. Prova em que os pequenos recebem ou visitam equipas de escalões superiores, onde há confrontos que nunca existiriam se não fosse a Taça ou que já há muitos anos não se viam, dado os caminhos opostos que alguns clubes percorreram no desporto-rei. A Taça é a competição onde dá gozo ficar colado à telefonia, porque temos sempre a esperança de surgir um "tomba-gigantes" e convinhamos, que a ausência de transmissão televisiva, com os jogos a disputarem-se quase todos à mesma hora e ao domingo à tarde, faz-nos recuar no tempo, quando a televisão não mandava no futebol, em que este desporto era mais puro.
Esperávamos que houvesse um qualquer "David" que derubasse um "Golias" do nosso futebol e depois de Sporting e Benfica terem resolvido a sua eliminatória antecipando os jogos e marcando cedo, eis que no Dragão, o histórico Atlético da Tapadinha, conseguiu resistir aos momentos iniciais do campeão nacional e detentor do troféu em disputa. Aos poucos, a maior parte dos portugueses ia tendo a secreta esperança de que o Atlético podesse ser o tal "David". Digo a maioria, pelas razões que atrás mencionei, de que Taça sem "Tomba-gigantes" nãe é Taça, mas também porque a larga maioria dos adeptos do futebol, são adeptos de Benfica ou Sporting e claro, com o FC Porto pelo caminho, a tarefa, teoricamente, fica mais facilitada.
O David do Atlético surgiu mesmo e na canfusão instalada na defesa portista, eis que surge o golo do Atlético e depois foi sofrer a bom sofrer e lá surgiu a grande penalidade para lá do tempo regulamentar, dando forças aos que falam de "sistema". Mas, não há regras ou lei do mais forte, que resista à falta de motivação ou de profissionalismo, como queiram, dos "Golias" do futebol e nem de "penalty" a bola entrou na baliza dos homens de Alcântara.
A festa foi do histórico Atlético e, convinhamos, espalhou-se pelo país, de forma mais ou menos envergonhada, a grande parte dos portugueses festejaram a vitória dos lisboetas, que até tiveram direito a Leitão na Mealhada, imagem só as diferenças... Essa foi a estravagância do Atlético, que saiu de Lisboa às 7 da manhã, com os atletas a levantarem-se às 5 horas, ao contrário dos que fazem estágios de vespera, em hotéis de 5 estrelas. Mas desta vez os directos das rádios e televisões mudaram-se para a Tapadinha e ao menos uma vez, nas últimas décadas, o Atlético voltou a ser Grande.
Este ano o Atlético, assume o papel que há alguns anos foi concretizado pelo Torreense nas Antas, ou pela Naval ainda longe de sonhar em chegar à I Liga, que fez a festa frente ao Sporting ou o Gondomar que gelou o estádio da Luz. Se estes casos não existissem não valia a pena haver Taça, os atletas podiam ter mais umas semanas de férias, ou será que os atletas do FC Porto não chegaram a sair de férias? Ainda devem estar embuídos do espírito natalício...
Quero agora deixar as minhas felicitações ao Sertanense, equipa que luta com muitas dificuldades para se manter na III Divisão, mas que é a única desse escalão ainda em competição na Taça de Portugal. Na Sertã, entre serras e longe da capital de distrito, Castelo Branco, bem próximo da fronteira com o distrito de Leiria, numa zona do pinhal que sofre tanto pela sua interioridade, eis que o futebol surge a dar alegrias ao seu povo.
Para terminar deixo uma palavra de mérito aos restantes da II Divisão, para além do Atlético, que ainda estão em prova. Penalva do Castelo, Bragança, Pontassolense, Camacha, Mafra, Louletano, Maia, Pinhalnovense e Odivelas são os restantes clubes que representam o futebol amador ou semi-profissional na prova e os votos que este ano ainda se volte a fazer Taça, é este o desejo de muitos dos amantes do futebol.
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