Abandono escolar, uma praga por erradicar
A semana passada era este o meu habitual pensamento da 2.ª-feira:
Hoje pretendo falar-vos de mais um insucesso das políticas governamentais portuguesas da úlitma década, ou diria mesmo, porque é verdade... mais um desatroso resultado das políticas erradas com que os nossos governantes têm vindo a reger os seus mandatos.
O Jornal de notícias revela-nos, um estudo de investigação do economista Eugénio Rosa aos números do Eurostat referentes ao abandono escolar, que revela que o abandono escolar em Portugal diminuiu apenas 0,1% nos últimos 10 anos, enquanto a média comunitária foi de 4,6%. No estudo é referido que, em 1996, o abandono escolar foi de 40,1%. Passados dez anos, esse número está em 40%. Ou seja, sem mais desculpas nem justificações de conjecturas desfavoráveis, em que os políticos são craques, na arte de fugir com o dito cujo à seringa... Os ministros com responsabilidade na área da educação da última década têm que admitir que erraram, mas não só eles, todos os governantes, têm culpas no "cartório", talvez até mais que os titulares das pastas da educação, é que esta guerra de combate ao abandono escolar, ao ser perdida, deve-se acima de tudo às más opções macro-económicas do país, que obrigam os jovens a ter que entrar no mercado do trabalho antecipadamente, para serem mais um a ganhar para o todo familiar. Por outro lado, não deixa de ser verdade, que os incentivos por parte da comunidade escolar, à continuidade dos jovens no seu seio, têm sido poucos e salvo raras excepções, as escolas continuam a ser "papões" aos olhares dos jovens. É ainda uma seca ir para a escola, carregar pilhas de livros, ouvir aulas chatas e aprender matérias que aos olhos dos alunos, que é o que realmente interessa, não servem para nada. Por muito que nos custe admitir isto, é assim que muitos dos nossos jovens olham para a escola. Sabemos que estão errados, mas porque é que nada muda, para lhes mostrar que a escola, a formação, é fundamental para o seu futuro e para o futuro do país?
Segundo Eugénio Rosa, mais grave, é que o referido estudo do Eurosat, revela que entre 2005 e 2006, o abandono escolar aumentou em Portugal, pois passou de 38,6% para 40%, enquanto a média comunitária continuou a descer. Neste caso, Maria de Lurdes Rodrigues e as suas políticas nada populares, também deverá reconhecer (sabemos que não o fará...), que essas mesmas políticas têm conduzido ao que não se pretende, ou seja, ao desacreditar por parte dos alunos e seus educadores, de que vale a pena fazer um esforço e continuar a estudar.
Em 1996, o abandono escolar em Portugal era 1,9 vezes superior à média da UE a 15, enquanto que, em 2006, já era 2,3 vezes superior à média da UE a 15. Quanto ao período 2005-2006, o aumento foi de 1,4%, o que significa um crescimento de 3,6%, enquanto a média comunitária continuou a diminuir (em 0,1%).
Mas não se pense que o insucesso do sistema de educação em Portugal se limita aos jovens, pois o estudo conclui ainda que a percentagem de população adulta envolvida em acções de formação-educação diminuiu entre 2000 e 2005, o que também contraria a tendência dos países da União Europeia.
Bem, só posso concluir que continuamos a remar contra a maré. Se a Europa, vai num determinado sentido, por que razão é que nós continuamos em tudo a ir contra a tendência dos estados que connosco fazem esta grande nação chamada Europa? Será que estamos certos e todos os outros errados? Será que nunca mais deixamos a cauda do Velho-continente? Triste "fado" o nosso, este de ser português...
1 Comments:
O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Nisso, culpados são os educadores oficiosos que promoveram as politicas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.
Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para os assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendo a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, na escala alargada.
Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.
4:40 da tarde
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