Neste espaço pretendo partilhar com toda a blogosfera a minha visão sobre os assuntos que vão fazendo o dia-a-dia de todos nós, aqui passará à posteridade... Outros assuntos que mexam com o civismo, que vai faltando na nossa sociedade e a camaradagem, que é fundamental para seguir em frente... são bem vindos ao "civismo e camaradagem".

segunda-feira, março 27, 2006

Tráfico de armas e desarmamento... coincidência ou talvez não...

Hoje é quase inevitável abordar o tema, armas de fogo.
Depois de na passada quinta-feira, a PSP ter detido 29 pessoas e outras 26, terem sido constituidas arguidas, entre as quais três agentes e sete funcionários civis da PSP, no âmbito de uma investigação sobre venda ilícita de armas. Hoje, foi a vez do Governo anunciar que os portugueses que tenham em seu poder armas ilegais vão poder entregá-las ao Estado sem quaisquer consequências.
Vamos por partes, o caso de tráfico de armas e munições, cujo processo de audição de detidos e arguidos decorreu durante todo o fim-de-semana, foi qualificado pelo director-nacional da PSP, Orlando Romano, como «o mais grave de sempre» na instituição.
Mais uma vez se prova que já nem na polícia se pode confiar e começa-se a dar razão às crianças que quando pequenas têm medo do polícia, e nós dizemos que o polícia é bom, protege-nos dos maus...
Agora como vamos explicar aos nossos filhos que afinal o polícia também pode ser criminoso. Sugestão: Sabes filho, os polícias são homens, como os outros, e também caiem em tentações.... pois, e a formação que deviam ter? A selecção que deveria ser feita?
Ou seja, já não nos basta ter árbitros, presumivelmente, corruptos, agora temos polícias, também presumivelmente, traficantes de armas e munições ou sei lá mais o quê...
O interrogatório dos detidos prossegue hoje no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, com a audição de mais cinco suspeitos. A juíza Maria Antónia Andrade ouve três elementos ligados à PSP, entre os quais um agente e dois funcionários civis e ainda mais dois suspeitos: um armeiro e o ex- funcionário de um armeiro.
Hoje ficou-se a saber também que os portugueses que tenham em seu poder armas ilegais vão poder entregá-las ao Estado sem quaisquer consequências.
O governo prepara o lançamento de uma campanha pública, em conjunto com a Comissão Nacional de Justiça e Paz, prevendo-se incentivar a entrega gratuita de armas ilegais e sem consequências para quem as tiver nas suas mãos.
Trata-se de uma campanha que procura seguir o modelo de desarmamento adoptado no Brasil em 2003, que, em pouco mais de quatro meses, levou à entrega de 180 mil armas.
Será que o caso de tráfico de armas despultou o aranque desta iniciativa governaental?
Ou por outro lado, a tentativa de desarmamento dos portugueses levou as forças de investigação a descobrirem a rede de tráfico de armamento?
Espero que a segunda hipótese corresponda à realidade, porque demonstra actuação concertada das instituições no combate ao crime.
Outra medida já inscrita no Orçamento de Estado para este ano, é a que contempla o uso pelas forças policiais de armas apreendidas não transformadas, à semelhança do que já acontece com as viaturas.
Ora aqui está uma medida que pode ser criticada por muitos, mas que me parece muito positiva, já que o material está apreendido e, quando sabemos que o armamento e as viaturas das forças militares estão obsoletos, então porque não, aproveitar o material topo de gama, que se apreende, para que se possa combater o crime de forma menos desigual?
No ano passado, a PSP apreendeu 2.205 armas e a GNR outras 1.362, uma boa parte ilegais e modificadas.
Que Portugal era local priviligiado de entrada de ilícitos já todos sabiamos, agora que para tal dipõem de cobertura e intervenção de agentes policiais, essa dá que pensar, mas acima de tudo que agir... e parece que o Estado o está a fazer... em nome dos cidadãos, desejos de boa sorte.