Neste espaço pretendo partilhar com toda a blogosfera a minha visão sobre os assuntos que vão fazendo o dia-a-dia de todos nós, aqui passará à posteridade... Outros assuntos que mexam com o civismo, que vai faltando na nossa sociedade e a camaradagem, que é fundamental para seguir em frente... são bem vindos ao "civismo e camaradagem".

segunda-feira, abril 03, 2006

Dívidas levam famílias ao desespero

As dívidas à banca estão a fazer os portugueses apertar os cordões à bolsa. Segundo revela um barómetro da Marktest, os cortes estão a chegar às despesas de consumo, uma vez que as prestações, que caiem mensalmente, absorvem grande parte dos rendimentos.
Este é o confirmar de algo que muitos de nós já teve oportunidade de observar, pois são muitos os casos de famílias que passam por enormes dificuldades para cumprir os compromissos assumidos junto da banca. Até porque, convinhamos, viveram-se tempos de enorme exagero no recurso ao crédito para obter produtos que muitas das vezes eram perfeitamente dispensáveis.
Quantos não são os casos de famílias que utilizaram a aquisição de imóveis e o recurso ao crédito para esse efeito, com taxas de juro variáveis a três e seis meses, para não só comprar habitação própria, como para a mobilar, fazer viagens e adquirir viaturas automóveis.
Agora que as taxas de juro dispararam, o que era inevitável, porque vivemos na última década um periodo de taxas de juro extraordináriamente baixas, os portugueses que apontaram para taxas de esforço completamente suicidas no que diz respeito ao seu orçamento mensal, vêem agora os compromissos com a banca assimilarem grande parte dos rendimentos mensais.
Mais grave, é que os rendimentos, em grande parte desses casos, quanto muito mantiveram-se, havendo muitos casos em que estes baixaram drásticamente, devido ao aumento do desemprego e emprego precário.
As mesmas famílias que há uns anos sorriam com as facilidades de recurso ao crédito e ao "cambalacho", muitas das vezes ajudadas pela banca, agentes imobiliários e outros vendedores sem escrupulos, têm agora enormes dificuldades para satisfazer os seus, cada vez mais avultados, compromissos com as prestações bancárias.
Todos nós sabemos de exemplos de pessoas que vivem paredes-meias connosco, que foram ajudadas (pensavam elas), para com pretensas obras na casa que adquiriam, comprarem a viatura dos seus sonhos e outros luxos. Agora que querem desfazer-se da sua casa, para poderem suportar as prestações mensais, eis que a sua habitação, já não vale o que pagaram por ela, pois as construções novas proliferam na nossa praça, o que desvaloriza o usado. Para piorar a situação, em muitos casos, a dívida ao banco inclui o valor dos seus automóveis, que como sabemos, desvalorizam ainda mais depressa.
Vai daí, não há solução possível, é o caos, o desespero no seio da mesma família, que há uns aninhos atrás pulava de alegria com as facilidades em concretizar os sonhos materialistas.
As economias familiraes nunca foram feitas, pois também elas reduziram nas famílias lusitanas e agora, já só se deixarem de comer segundo-prato, ficando só pela sopa e mesmo assim não chega... Isto porque os telemóveis, as roupas de marca, o tabaco, entre outros, são produtos que não podem deixar de ser adquiridos, até porque nestas coisas, há que manter a aparência.
E agora? - Pergunto eu... Será que esses vendedores de sonhos, que com artimanhas burlescas, propiciaram a que as famílias portuguesas sonhassem que podiam ter tudo de mão-beijada, também vão sofrer na pele o rigor das medidas do nosso governo? - Não creio. Porque grande parte da culpa é dos senhores que mandam neste país, os senhores da banca e do lobby imobiliário. A corda, parece-me que vai voltar a romper pelo lado mais fraco... O do consumidor enganado, burlado e... ingénuo.

1 Comments:

Blogger sopapas said...

Ganda noia! Mais olhos que barriga... é o que dá olhar só para os outros e ver o mundo pelos olhos dos outros.

11:53 da tarde

 

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