Neste Dia Mundial do Livro, quero começar por falar-vos de protecção ambiental. Do que o Homem está a fazer ao planeta, a destruição do nosso habitat...
Mas vou apenas referir-me às árvores, que nos dão o oxigénio que nos permite respirar, que nos dão a sombra, que nos permite juntar a família e amigos nos belos piqueniques, que nos dão a madeira para que nos possamos aquecer... Enfim, mas tudo isto vocês já sabem, mas convém não esquecer, que estamos a destruir o planeta, sempre que abatemos uma árvore de forma desnecessária.
Posto isto, é precisamente ao abate a árvores que me quero referir... neste caso para levar para as fábricas de celulose, para depois fazer a pasta de papel, que no processo de fabrico nos dá o papel, onde as crianças aprendem a escrever, onde são impressos os jornais que nos dão as notícias do Mundo, onde são escritos os livros, que ficam para a posteridade e marcam a cultura de um povo.
Pois é, e é aqui que a coisa se complica, é que por uma questão de protecção ambiental, não só do abate a árvores, como também da poluição que neles está contida, parece-me que é urgente criar uma entidade que regule e realmente actue sobre quem são os autores dos livros e as barbaridades que neles estão contidas e os assuntos que são abordados, porque gastar papel para publicar determinados livros, abatendo árvores que nos fazem tanta falta e ainda por cima desperdiçar tinta para escrever sobre determinados assuntos, parece-me uma inconsciência.
Ultimamente está na moda escrever-se sobre assuntos do mundo da bola... jogadores, treinadores, jornalistas, analistas da coisa, mulheres vingativas, presidentes... que raio, mas será que esses assuntos têm assim tanto interesse?
Pelos vistos, parece que sim, porque vendem às centenas de milhares... são os mais comprados, são os que mais tinta fazem correr... ora e até eu, que não lhes reconheço mérito literário, estou a falar deles...
Sou um apaixonado pelo Futebol, admito que tenho livros sobre futebol, mas sobre astros como Mazzola, Puskas, Pélé, Eusébio, Maradona, Figo, tenho livros sobre clubes, instituições como Real Madrid, Benfica ou Ajax de Amesterdão...
Agora dar-me ao luxo de comprar, ou mesmo, ler um livro escrito com base no que uma senhora resolveu que alguém lhe escrevesse em alternativa à vida principesca que havia perdido, ao deixar o poder da Bola? Ou de um pseudo-intelectual do futebol, que tem vivido por dentro das entranhas deste mundo obscuro e depois aparece com comentários na TV e nos seus livros, com discurso do género, Octávio Machado, ao estilo "Vocês sabem do que eu estou a falar...", como se também não viva da mesquinhês que tanto insinua.
Agora, para que o ramalhete fique completo, quando Jorge Nuno Pinto da Costa assinala 25 anos como presidente do Futebol Clube do Porto, surge um livro, que, é verdade, impunha-se, para falar dos feitos históricos deste clube, que desportivamente ganhou tudo o que havia para ganhar neste periodo, passou a ser um Gigante do futebol mundial, passou a dominar também noutras modalidades, como hóquei em patins, basquetebol ou andebol.
Tinha muita vontade de comprar o livro sobre este quarto de século do clube dos Dragões, que muito aprecio, mas porque será que ninguém disse a Pinto da Costa, para separar o "Trigo do Joio"?
Porque será que tinha que dedicar, neste livro, que seria um documento histórico, um capítulo a Carolina Salgado, onde se segue, a linha do livro desta senhora e se desce ainda mais baixo?
Como é que vou explicar aos minhos filhos, a grandeza do Futebol Clube do Porto, quando chegar ao capítulo onde o seu presidente aborda de forma clara, uma eventual tentativa de homicídio a um tal Bexiga encomendada, ainda não percebi, nem estou muito interessado em perceber, por quem?
Fala-se ainda em consumo de drogas por parte de uma senhora que foi casada com o presidente daquela nobre instituição, pedidos de resgate pela mesma... e para completar, ainda se orgulha de ter transformado uma empregada de alterne numa escritora... colocando, num que podia ser um documento histórico e obra de eventual prospecção de novos adeptos, coisas tão baixas, tão despreziveis. Esta não, senhor presidente... não percebo.
Apesar de ser um defensor dos livros e dos hábitos de leitura, entendo que estes devem, no mínimo, divertir-nos, mas estes livros do mundinho da bola, vendem muito, é verdade, mas são tão deprimentes, que deveriam ser censurados... sim, ao estilo ditatorial. Depois ainda há quem fique admirado com o triunfo do ditador Salazar na eleição da RTP sobre o maior português de sempre, esta libertinagem no que se escreve é mais um dos exemplos daquilo a que esta pseudo-democracia chegou...
Por favor, parem de abater as árvores, é que para mim, e ao contrário do que sempre nos foi ensinado, actualmente para ser Homem, já não basta ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro... agora também há que lutar contra o abate de árvores, evitando que se escrevam livros que nada de útil trazem aos nossos filhos.