Neste espaço pretendo partilhar com toda a blogosfera a minha visão sobre os assuntos que vão fazendo o dia-a-dia de todos nós, aqui passará à posteridade... Outros assuntos que mexam com o civismo, que vai faltando na nossa sociedade e a camaradagem, que é fundamental para seguir em frente... são bem vindos ao "civismo e camaradagem".

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Tempo... um bem precioso

Hoje quero falar-vos do tempo... não o tempo que faz, mas sim o tempo que passa, o tempo que corre, o tempo que nunca temos e aquele que não volta a trás. É esse mesmo, o tempo que não temos quando os nossos filhos nos pedem para brincar, para ir ao parque, para jogarmos à bola, esse tempo que é algo que aos olhos das crianças deverá ser muito caro, muito difícil, porque já ninguém tem tempo...
Podemos ter dinheiro para comprar a distracção dos que nos rodeiam, para comprar a "playstation" ou o roupa das marcas da moda. Mas para termos dinheiro para comprar os bens materiais, não temos tempo para nos gozarmos deles... então que fazer ao nosso tempo, para que possamos ter tempo de viver? Ora essa é a grande questão.
Não basta dar tempo ao tempo, há que rentabilizar o tempo que temos, para que ele valha a pena. Para que não cheguemos ao final do dia e quando finalmente, colocarmos a cabeça no travesseiro, não tenhamos a impressão que passou mais um dia e foi tempo perdido. Não vivemos, sobrevivemos... deixamos correr o tempo e quando temos algum tempo livre, o que fazemos? Queimamos tempo... à espero que chegue o momento para voltarmos a não ter tempo.
Depois temos o estranho hábito de esperar que o tempo passe rápido. Hoje é segunda-feira, é o dia em que queremos que o tempo passe mais depressa, e que chatisse, é precisamente quando o tempo passa mais devagar... Como se ele, o tempo, não passásse sempre à mesma velocidade. Queremos que o fim-de-semana chegue depressa e se podéssemos andávamos com o tempo para a frente para terminar a jornada de trabalho mais rápido, mas para quê? Para chegarmos aos nossos lares e entrarmos nas rotinas domésticas e voltarmos a não ter tempo para fazer algo que nos dê realmente prazer?
Com a particularidade de cada instante que passa é menos um que falta para terminar esta nossa presença no mundo dos vivos, quer acreditemos que tudo isto é uma passagem ou mesmo um momento sem antes nem depois, a verdade é que o nosso tempo é agora... e quem não vive o agora, o momento actual com a intensidade que ele merece, está a desperdiçar o seu tempo. Por isso, não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.
Mesmo que na sua vida profissional esteja a fazer algo que não é de todo, o seu sonho, a sua vocação, não se esqueça que o tempo que está a viver agora, já não volta mais... não deixe de sorrir a quem passa, de partilhar felicidade com os que estão por perto, até porque se o fizer está a elevar a sua confiança e mesmo, quem sabe? A contribuir para um melhor dia dos que o rodeiam.
Uma palavra de confiança de que melhores tempos virão, para os que estão doentes, amargurados...
Também para os reclusos e os que olham em volta e parece que o Mundo lhes virou as costas, mas será que por vezes não somos nós que viramos as costas ao Mundo? Há que aprender com os erros do passado, para ultrapassar as dificuldades do presente e construir um futuro melhor.
Não deixe de partilhar o seu tempo, sempre que poder, com os que lhe são mais queridos, com os filhos, os pais, os irmãos, o companheiro ou companheira que escolheu para partilhar a sua vida. Os amigos, que nunca são demais, dê o seu tempo a quem ama, porque amanhã... pode ser demasiado tarde, pois a vida já mostrou a todos nós e a mim também, acredite, que o tempo não volta atrás e quando queremos dizer a quem nos é especial, que os admiramos e amamos, por vezes, já não estão entre nós... deixam-nos sem avisar... Quem me dera que o tempo voltásse atrás... quem me dera, mas não volta. Há que levantar a cabeça e aprender a dar valor ao tempo, dando o nosso tempo a quem damos mais valor.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Cavaco eleito há um ano...

Faz hoje um ano que Aníbal Cavaco Silva se tornou o 19º Presidente da República Portuguesa. Foi o primeiro homem a assumir o cargo, vindo da ala direita do quadrante político nacional, se bem que se apresentou com uma candidatura pessoal e independente, ou seja, a conseguir uma eleição à primeira volta, mercê de conseguir cativar apoios e votos em praticamente todos os pontos do panorama político nacional. Pode afirmar-se que a eleição de Cavaco para Belém foi muito mais que uma eleição de cariz político, até porque o cargo, de Presidente da República, ultrapassa a política, é uma instituição.
Cavaco Silva, depois de uma longa paragem da sua carreira política, após ter sido o primeiro-ministro português que consegiui um periodo mais longo de governação, pois foi o único líder partidário a conquistar duas maiorias absolutas consecutivas, o que o tornou no Primeiro-Ministro português que mais tempo permaneceu em funções em democracia (1985-1995), retirou-se da vida política e muitas vezes foi apontado como possível o seu retorno à política, mas só quando sentiu que a sua eleição seria quase inevitável, é que Cavaco regressou, para, sem concorrência, se tornar Presidente da República.
Para muitos foi tornado em "Acabado" Silva, para outros, previa-se que em tempos viria a ser o "Regressado" Silva, e estes últimos estavam certos, regressou e nem precisou de entrar na verdadeira guerra política, fugindo, sempre que possível, ao debate de ideias, para ser eleito à primeira volta.
Após doze meses como mais alta figura da Nação, o ex-primeiro-ministro tem orientado o seu mandato segundo o primado da cooperação estratégica com o Governo, desiludindo muitos daqueles que esperavam do ex-líder do PSD uma postura de confrontação com o Governo socialista.
Em relacção a estes dias de Presidência da República as vozes de discordia, curiosamente, ou talvez não, surgem por parte de alguns sectores do seu partido, o PSD, acusando o professor Cavaco Silva de ser, conivente com o Governo de Sócrates. Mas será que alguma vez, ficou no ar outra ideia, que não essa? Será que alguém votou em Cavaco, esperando que iria ser oposição em Belém, às directrizes de São Bento? Sinceramente, se alguém o pensou, que me desculpem, mas parece-me que andaram muito distraidos durante a campanha à presidenciais. Eu volto a afirmar, agora com base em factos consomados, o que disse há um ano atrás. Com Cavaco, a vida de Sócrates tem sido bem mais facilitada do que seria com Alegre ou Soares. Mas não foi essa estabilidade que os portugueses pretenderam quando votaram de forma tão expressiva, primeiro em Sócrates e depois em Cavaco? Os portugueses, no geral, parece que sabem bem que o país só pode ir para algum lado, sem houver estabilidade governativa. Espero é que o rumo seja este e que a dita estabilidade, não seja para nos levar cada vez mais para o abismo. Porque se assim for, então venha lá o Cavaco interventivo, tenhamos esperança que o professor e a sua experiência política e social, nos permita ter um Presidente regedor e não apenas, mais um "yes-man" de Sócrates, é que desses já nós estamos fartos. De qualquer forma, um ano depois da eleição e já com mais de dez meses volvidos da tomada de posse, os portugueses podem fazer uma retrospectiva e tirar conclusões.
Nota de destaque, pela positiva, para a forma como o Presidente da República vai assinalar a data, estando presente na cerimónia de reabertura do Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, assistindo ao concerto inaugural. Por uma questão de descentralização e apoio à cultura, parece-me muito bem...

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Vacina contra o cancro do colo do útero

As primeiras páginas de alguns do jornais nacionais, trazem hoje para manchete uma excelente notícia, que depois de aprofundada, não deixa de voltar a dar mostras que, também no campo da saúde, estamos atrasados e, diria mesmo, a circular em contra-mão.
Refiro-me, ao facto de cerca de duas mil doses da primeira vacina contra o cancro do colo do útero estarem à venda a partir de hoje nas farmácias portuguesas.
Portugal junta-se assim ao grupo de 12 países que já comercializam a primeira vacina que previne este tipo de cancro e outras doenças provocadas pelo Papilomavírus Humano (HPV), nomeadamente os seus quatro tipos de vírus mais cancerígenos.
Como "Não há bela sem senão", mais uma vez a saúde, mesmo a prevenção da doença, em Portugal não é para todos, só quem tem posses monetárias é que pode garantir melhor saúde para os seus. Mesmo que se trate de algo tão urgente de combater como este tipo de doenças, é que a eficácia da «Gardasil» pode chegar aos 100%, mas só pode ser adquirida por quem tiver 480 euros, ou seja, mais de um ordenado mínimo nacional.
Não esqueçamos que Portugal tem a mais alta incidência da Europa deste cancro, registando 900 novos casos por ano e mais de 300 casos mortais. Este vírus infecta principalmente as áreas genitais femininas e tem cerca de 180 tipos já identificados.
Quanto à "Gardasil", é comercializada em Portugal pela Sanofi Pasteur MSD, as três doses necessárias devem ser administradas no espaço de seis meses. A vacina deve ser administrada a crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idades entre os nove e os 15 anos, e a mulheres dos 16 aos 26 anos. O medicamento, que previne o carcinoma que mata uma mulher a cada dois minutos no mundo e uma por dia em Portugal, está sujeito a receita médica e ainda não é comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde.
Portanto já sabe, agora depende de si... se quer correr o risco de poder ser a tal mulher por dia que morre com esta doença, ou tem cerca de 100 contos, para gastar am algo que lhe pode salvar a vida. Esperemos que esta vacina entre para o leque das comparticipadas, pelo menos em parte, pelo Serviço Nacional de Saúde, é que recordo, na Europa, em nenhum país se morre tanto desta doença como no nosso. Se há Designios Nacionais, em que todos devemos fazer um esforço para que se concretizem, este é uma deles... e nós, ou seja, o Estado, devemos rapidamente fazer deligências para que esta vacina seja introduzida nos hábitos das adolescentes e jovens nacionais.
Mas temo que, mais uma vez, as prioridades dos nossos políticos estejam trocadas, é que depois de ouvir afirmar, que o Euro 2004 era um designio nacional, não me parece que a "Gardasil" esteja na mesma linha de show-off, que constituiu o campeonato de futebol e os estádios dessa modalidade construídos para o efeito e que todos nós iremos pagar durante as próximas gerações, sem que para tal tenhamos sido consultados, para saber se estávamos dispostos a fazê-lo.
Mas também, para quê? Neste país, o que interessa é o mundo da Bola... e parece-me que a "Gardasil" não entra neste campeonato.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Espírito natalício dos jogadores do FCP...

Ontem teve lugar o primeiro dia de futebol do novo ano, começou com o que vulgarmente se apelida de "Festa do futebol", a Taça de Portugal. Prova em que os pequenos recebem ou visitam equipas de escalões superiores, onde há confrontos que nunca existiriam se não fosse a Taça ou que já há muitos anos não se viam, dado os caminhos opostos que alguns clubes percorreram no desporto-rei. A Taça é a competição onde dá gozo ficar colado à telefonia, porque temos sempre a esperança de surgir um "tomba-gigantes" e convinhamos, que a ausência de transmissão televisiva, com os jogos a disputarem-se quase todos à mesma hora e ao domingo à tarde, faz-nos recuar no tempo, quando a televisão não mandava no futebol, em que este desporto era mais puro.
Esperávamos que houvesse um qualquer "David" que derubasse um "Golias" do nosso futebol e depois de Sporting e Benfica terem resolvido a sua eliminatória antecipando os jogos e marcando cedo, eis que no Dragão, o histórico Atlético da Tapadinha, conseguiu resistir aos momentos iniciais do campeão nacional e detentor do troféu em disputa. Aos poucos, a maior parte dos portugueses ia tendo a secreta esperança de que o Atlético podesse ser o tal "David". Digo a maioria, pelas razões que atrás mencionei, de que Taça sem "Tomba-gigantes" nãe é Taça, mas também porque a larga maioria dos adeptos do futebol, são adeptos de Benfica ou Sporting e claro, com o FC Porto pelo caminho, a tarefa, teoricamente, fica mais facilitada.
O David do Atlético surgiu mesmo e na canfusão instalada na defesa portista, eis que surge o golo do Atlético e depois foi sofrer a bom sofrer e lá surgiu a grande penalidade para lá do tempo regulamentar, dando forças aos que falam de "sistema". Mas, não há regras ou lei do mais forte, que resista à falta de motivação ou de profissionalismo, como queiram, dos "Golias" do futebol e nem de "penalty" a bola entrou na baliza dos homens de Alcântara.
A festa foi do histórico Atlético e, convinhamos, espalhou-se pelo país, de forma mais ou menos envergonhada, a grande parte dos portugueses festejaram a vitória dos lisboetas, que até tiveram direito a Leitão na Mealhada, imagem só as diferenças... Essa foi a estravagância do Atlético, que saiu de Lisboa às 7 da manhã, com os atletas a levantarem-se às 5 horas, ao contrário dos que fazem estágios de vespera, em hotéis de 5 estrelas. Mas desta vez os directos das rádios e televisões mudaram-se para a Tapadinha e ao menos uma vez, nas últimas décadas, o Atlético voltou a ser Grande.
Este ano o Atlético, assume o papel que há alguns anos foi concretizado pelo Torreense nas Antas, ou pela Naval ainda longe de sonhar em chegar à I Liga, que fez a festa frente ao Sporting ou o Gondomar que gelou o estádio da Luz. Se estes casos não existissem não valia a pena haver Taça, os atletas podiam ter mais umas semanas de férias, ou será que os atletas do FC Porto não chegaram a sair de férias? Ainda devem estar embuídos do espírito natalício...
Quero agora deixar as minhas felicitações ao Sertanense, equipa que luta com muitas dificuldades para se manter na III Divisão, mas que é a única desse escalão ainda em competição na Taça de Portugal. Na Sertã, entre serras e longe da capital de distrito, Castelo Branco, bem próximo da fronteira com o distrito de Leiria, numa zona do pinhal que sofre tanto pela sua interioridade, eis que o futebol surge a dar alegrias ao seu povo.
Para terminar deixo uma palavra de mérito aos restantes da II Divisão, para além do Atlético, que ainda estão em prova. Penalva do Castelo, Bragança, Pontassolense, Camacha, Mafra, Louletano, Maia, Pinhalnovense e Odivelas são os restantes clubes que representam o futebol amador ou semi-profissional na prova e os votos que este ano ainda se volte a fazer Taça, é este o desejo de muitos dos amantes do futebol.