Neste espaço pretendo partilhar com toda a blogosfera a minha visão sobre os assuntos que vão fazendo o dia-a-dia de todos nós, aqui passará à posteridade... Outros assuntos que mexam com o civismo, que vai faltando na nossa sociedade e a camaradagem, que é fundamental para seguir em frente... são bem vindos ao "civismo e camaradagem".

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Justiça continua na rua da amargura

Depois de uma noite mal dormida para muitos dos portugueses, que com maior ou menor gosto pela sétima arte, assistiram à noite mágica da entrega dos òscares da Academia de Hollywood, e que finalmente fez justiça com as estatuetas ao brilhantismo de Martin Scorsese, eis que acordamos para a realidade portuguesa.
Hoje, é um dia que fica marcado, pelo estado da Justiça em Portugal. É que o Ministério da Justiça apresentou os resultados alcançados pelo sistema judicial nos últimos dois anos, nomeadamente os relacionados com a redução das férias judiciais e com as 12 medidas do plano de descongestionamento dos tribunais. Subordinado ao tema «Dois anos com resultados no sistema judicial. Justiça com iniciativa, justiça com resultados», o relatório do Governo pretende demonstrar os resultados positivos já alcançados pelo plano de descongestionamento dos tribunais, que começou em 2005.
O documento demonstra, que o número de processos pendentes nos tribunais portugueses desceu nos últimos dois anos e que a redução das férias judiciais, encurtadas desde 2006 para o mês de Agosto, fez com que fossem concluídos mais processos. Esta parece-me, a única medida, que, a confirmar-se, me parece acertada... De resto, não reconheço méritos às medidas recentes na Justiça portuguesa.
Sem me debruçar muito sobre os resultados deste plano, importa olharmos à volta e todos tomarmos o pulso à realidade lusitana.
Será que os casos mais mediáticos avançaram, rumo a decisões finais? Não me parece...
Será que os casos menos mediáticos avançaram mais rapidamente que até aqui? Não me parece...
Será que os processos pendentes em tribunal diminuiram? Parece-me que sim... Mas porquê? Questionei eu um Oficial de Justiça de um tribunal da região Oeste da zona centro do país. Eis que a sua resposta veio de encontro ao que já me parecia que estava a acontecer.
Já repararam no preço absurdo das custas judiciais? Há menos processos... pois claro, com o preço que custa fazer justiça neste país, ainda correndo o risco de se arrastar de tal forma que leve os injustiçadas a serem-no não só pelos prevaricadores, como pela Justiça, propriamente dita.
Já repararam que os pequenos delitos deixaram de ser julgados nas barras dos tribunais? Será que serão mesmo julgados? Será que o crime não compensa, cada vez mais, no nosso país?
Tive a confirmação do que previa, e mais, sei agora que com agentes judiciais que estavam a cinco anos da reforma e de um momento para o outro, passaram a estar à distância de 15 anos desse objectivo, se as pessoas já não rendiam muito, agora estão literalmente, à espera que "o tempo passe". É assim que pretendem tornar mais célere a Justiça portuguesa? Não me parece...
A título de humor negro, para condizer com o estado da Justiça em Portugal, apetece-me dizer, que com esta onda de libertinagem que surgiu na Justiça portuguesa, corremos o risco de algum iluminado ainda pretender privatizar os tribunais, para depois escolhermos a barra que é mais rápida, que tem preços mais em conta, onde a balança judicial pende mais para um dos pratos.
O descongestionamento dos tribunais portugueses foi, desde o início da governação socialista, uma das metas fundamentais traçadas para a área da justiça. Mas por muito que queiram tapar os olhos ao "Zé Povinho", dizendo que está no caminho certo, a Justiça que deveria ser cega, agora não só vê, como é estrábica, olha mais para o seu umbigo, esquecendo-se do que realmente importa. Ou seja, fazer com que seja aplicada, para resolver os problemas do exterior e não o contrário, em que se colocam em risco os casos, para acabar com os problemas do seio interno do sistema judicial.
Que irónico, agora são os cidadãos injustiçados a terem que se sacrificar, ainda mais, para que a Justiça possa reentrar nos eixos. Triste sina esta a dos portugueses...

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Sim à IGV, não ao referendo

O referendo de ontem, voltou a mostrar que os portugueses estão de costas voltadas com este tipo de consultas populares, ou seja, mais uma vez, os portugueses gastam milhões de euros em campanhas e actos eleitorais e depois a maioria não se desloca à urnas, para tornar o acto vinculativo juridicamente. Aconteceu assim com a consulta à regionalização, aconteceu assim, em 1998, com a consulta sobre o aborto e agora, em que o tema voltou a ser questionado, 56,4% dos portugueses que poderiam votar, não o fizeram.
Antes de abordar o triunfo do sim, de entre os que quizeram dar a sua opinião, sobre esta questão, entendo que o dia chuvoso que ontem se registou em grande parte do território nacional teve muita influência sobre esta vitória da abstenção, pois se olharmos para as sondagens que foram apresentadas na sexta-feira e que apontavam para o resultado final que se registou, todas elas apontavam também para valores bem abaixo dos 50% de cidadãos que optariam por não ir às urnas, no entanto, sei de alguns casos e certamente foram milhares que assim fizeram, de pessoas que perante a chuva e na ausência de uma grande vontade de votar, acabaram por ficar no conforto dos seus lares. Até porque, convinhamos, os cidadãos que teriam mais facilidade em se deslocar às mesas de voto foram os que realmente lá foram, ou seja os jovens, para quem esta decisão muito poderia querer dizer, uma vez, porque lhes tocava na pele e no corpo directamente. Dos 35 anos para cima, nota-se que a tendência de voto muda do sim para o não e na 3ª idade essa tendência acentua-se de forma clara. Pois claro, a situação já não lhes toca directamente e a iliteracia é também grande.
As sondagens também apontam para grande vitória do sim de entre os jovens com mais estudos, ao contrário do não que vence entre os mais velhos e com menos escolaridade. Claro, sempre com honrosas excepções em ambos os casos, porque votaram por convicções claras e desde já digo que compreendo argumentos em ambos os lados... Sei de uma analfabeta com 66 anos que votou sim..., mas também conheço uma licenciada com 25 anos que votou não. São as tais excepções que confirmam a regra que constituiu este referendo.
Sobre o resultado de entre os que foram votar, parece-me que não restaram dúvidas de que o sim foi vencedor, que a maioria dos portugueses querem despenalizar a Interrupção Voluntária da Gravidez, pelo menos quando feita por vontade da mulher, até às 10 semanas, por opção da mulher e em estabelecimento de saúde legalmente autorizado. Ou seja, parece-me claro que a maioria dos portugueses quer combater essa praga de séculos que é o aborto ilegal, os "desmanchos" feitos por mulheres que ajudando outras mulheres, fazem dessa a sua forma de ganhar fortunas. Para quem aconselhar a levar a gravidez em diante era perder dinheiro, pois são as que realmente ganhavam com o infortunio de mulheres e homens que após um acto de amor, sentiam na pele a infeliciade de uma gravidez num momento indesejável e muitas das vezes, aos seus olhos, impossível, pois para ter aquele filho enterravam por completo sonhos e projectos de vida, ou seja, muitas das vezes os abortos, são isso mesmo, são adiar o que mais se sonha nesta vida, que é ser mãe ou pai.
Acredito que abortar é muito difícil, mas ter filhos indesejados pode ser um tormento para muitas vidas mais, que a que se interrompe.
Fico feliz porque sei que algumas das mulheres que, quando a lei for mudada, optarem por interromper gravidezes, vão também poder optar por o fazer com condições médico-sanitárias aconselhaveis e mais que isso, vão ser acompanhadas. Sei de casaos de mulheres que abortaram e momentos depois arrependeram-se, agora, acredito, que poderão arrepender-se antes de abortar... e por uma vida que seja, que deixe de se perder, já valerá a pena.
Mais uma nota, é que ninguém perdeu nem ninguém ganhou. Porque sempre que uma mulher imterromper uma gravidez a humanidade estará a perder... sei que é uma utopia, mas só teremos razões para festejar quando não houverem gravidezes indesejadas, quando o planeamento familiar chegar ao seio das famílias, quando não houverem gravidezes frutos de relacções proibidas, sejam elas fruto de relacções adúlteras, incestuosas ou o que for... Quando a moral imperar na nossa sociedade.
Para que tudo isto seja possível, há grupos cívicos e religiosos que têm que ser coerentes, é que proibir métodos contra-ceptivos e o planeamento familiar ser assunto tabú e depois ser contra a despenalização de quem pratica o aborto... parece-me ser um contracenso muito grande.
Para terminar, algumas notas para alguns dos argumentos utilizados por ambas as partes no periodo de campanha.
Aos defensores do sim, dizer que teriamos que avançar para sermos iguais à maior parte dos paises da Europa, parece-me absurdo, ou seja "Maria vai com as outras..." não, recuso. Há vários países onde o consumo de drogas leves é legal... também devemos importar isso?
Os defensores do não, passaram o tempo de argumentar que são pela vida. Que ridiculo, defender a vida, que realmente o é, não nego, quando tem poucas semanas de existência e sem a mãe não prossegue autónoma, esquecendo a vida, das mulheres e homens que optam pela interrupção da gravidez. Porque não defendem essas vidas? Porque não compreendem os seus argumentos que levam a esse acto extremo e muitas das vezes tão doloroso física e psiquicamente? Dizerem que não têm apoios, é demagogia pura, pois sabemos muito bem quem apoiou muitos dos movimentos pelo não.
Agora espero, que este forte movimento cívico pelo sim e principalmente pelo não, continue a sua obra e que não acabe por aqui. Os tais apoios às mulheres que lhes eram prometidos, que continuem, que aumentem, para que a solidariedade entre iguais seja uma realidade. Mas para tal é necessário olharmos para os outros com bondade, com abertura de espírito, com sentimente benevolente e antes de julgar temos que compreender, mesmo aceitar e ajudar a melhorar as suas vidas.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Terrorismo, uma ameaça sem fim

Esta manhã a ameaça terrorista voltou a pairar sobre Londres, com a explosão de uma carta armadilhada, num escritório de Victoria Street, numa zona comercial, que se situa próximo da Scotland Yard. Esta situação, sobre a qual ainda há poucos dados disponíveis, apenas a acrescentar o facto de uma funcionária ter ficado ferida em resultado da explosão, volta a trazer-nos à memória os atentados que fizeram Londres abalar, em Julho de 2005, com os ataques nos transportes públicos, em especial na rede de metropolitano que retirou a vida e feriu várias dezenas de cidadãos.
A ameaça terrorista sobre o território britânico nunca deixou de ser uma realidade, pois foram várias as detenções que se registaram de indivíduos que em grupos de maior ou menor número, tudo indicava, se preparavam para perpetrar ofensivas de cariz terrorista, quer fosse pela forças dos explosivos ou por acções de sequestro que se preparavam e que as forças de segurança britânica foram conseguindo desmantelar.
Sobre este assunto pouco mais posso dizer, apenas esperar que não hajam mais inocentes a sentir na pele a ira de terroristas, sejam eles motivados por que causas foram...
Mas, este caso surge na manhã seguinte a outra explosão, ocorrida no País Basco, em Espanha. Parece-me que são duas situações distintas e que o único ponto em comum é mesmo a explosão em si, mas reportando-nos à bomba que explodiu em Bilbau, ocorreu às 00h30 locais e não causou vítimas, apesar de ter causado danos graves e um incêndio. Embora o ataque se assemelhe a outros levados a cabo no passado por jovens simpatizantes da organização separatista basca ETA, a polícia diz ser demasiado cedo para determinar a sua autoria.
O que é um facto é que horas antes a esta explosão, a polícia basca deteve 18 pessoas que estavam em fuga, alegadamente pertencentes às organizações Jarrai, Haika e Segi - consideradas pelos tribunais como estando ligadas à ETA. Os 18 indivíduos foram detidos depois de participarem numa concentração em Frontõn de la Esperanza em Bilbau, tendo sido já transferidos para a cadeia de Basauri, em Vizcaya. A concentração ocorreu no centro da zona velha depois das autoridades terem proibido uma manifestação organizada pela Segi.
Recorde-se que no passado dia 19 de Janeiro o Supremo Tribunal considerou que as três organizações (Jarrai, Haika e Segi) são organizações terroristas, pelo que a Audiência Nacional ordenou a detenção de 23 alegados membros daquelas estruturas. Quatro foram detidos nos dias seguintes e 19 escaparam, dos quais um continua ainda em parte incerta.
Ora e falando de factos, é que cidadãos inocentes, se é que há culpados em tudo isto, voltaram a estar em risco, perante esta ameaça permanente que é o terrorismo.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Yu Dabao o "Oliver" da Luz

O avançado chinês Yu Dabao, de 18 anos, vai ser apresentado hoje, no Centro de Estágio do Seixal. De acordo com António Carraça "é uma aposta clara de futuro".
Carraça descreveu o avançado como "um jogador extremamente talentoso", que pode "ser valorizado e potenciado no plantel profissional".
"Yu Dabao é um avançado possante, tecnicamente evoluído que pode dar muitas alegrias aos benfiquistas", finalizou.

Esta notícia já mereceu muitos comentários no site do jornal Record... mas não percebo o porquê de tanta conversa em torno deste jovem...
Já pensaram o que significa o mercado chinês em termos de potenciais adeptos...
Por outro lado, o miúdo pode ser um craque, porque não?
Já pensaram que ele pode ser o verdadeiro "Oliver"? (para os que não conhecem é o protagonista da série de desenhos animados "Campeões", que passa no Canal Panda...)
Força SLB... Com Mantorras a ganhar adeptos em África e Yu Dabao na China... ninguém nos pára.
Saudações benfiquistas :)