Neste espaço pretendo partilhar com toda a blogosfera a minha visão sobre os assuntos que vão fazendo o dia-a-dia de todos nós, aqui passará à posteridade... Outros assuntos que mexam com o civismo, que vai faltando na nossa sociedade e a camaradagem, que é fundamental para seguir em frente... são bem vindos ao "civismo e camaradagem".

terça-feira, julho 11, 2006

A evolução natural do sistema de maternidades

O Governo tem vindo a aplicar nos últimos meses uma das suas promessas. A reestruturação do sistema das maternidades do nosso país. Quanto a este tema, como em muitos outros, continuo a achar que em Portugal fazem-se tempestades em copos de água, ou não fossemos um povo de "tudo ou nada", "oito ou oitenta"...
Enfim, imaginem só o que seria se Portugal tivesse um tamanho como Alemanha, França ou os Estados Unidos, com esta mentalidade de ter uma maternidade por cada aglomerado populacional teriamos milhares de maternidades, com a natural carga económica, inerente à manutenção de espaços, equipamentos e recursos humanos. Não pode ser, o caminho não é esse.
Nas duas últimas décadas, os meios de comunicação, as auto-estradas, itenerários principais e complementares cresceram de tal modo, que as distâncias foram encurtadas.
Por vontade de muita gente continuáva-se a nascer em casa, mas não pode ser... A solução do Governo nesta matéria, na minha óptica, só pode pecar por tardia. Mas mais vale tarde que nunca... Agora há que afinar o processo, limar arestas, talvez num ou noutro caso, seja efectivamente precipitado fechar os serviços de maternidade, mas grosso-modo, parece-me que é esse o caminho. Com menos pessoal não especializado, o mesmo pessoal especializado mas mais concentrado nos hospitais centrais... os portugueses só ficam a ganhar. Vão nascer em melhores condições e as mães, vão dar à luz, com menos riscos de falta de assistência especializada.
Quantas não são as mães, que não pretendem ter mais filhos, porque tiveram experiências traumatizantes por falta de assistência em maternidades de província? Quantas não são as senhoras que desejaram ter anestesia epidoral e tal não foi possível, porque não havia um anestesista na maternidade? Quantos bebés não sofreram horas a fio para nascer, porque não era possível fazer o parto de recurso, a conhecida cesariana?
Os meus pais nasceram em casa em colchões de palha, ao que me disseram o meu pai caiu no chão logo à nascença. Os meus irmãos nasceram em casa, assistidos por uma senhora que empíricamente sabia da arte de trazer bebés ao Mundo. Eu fui um felizardo, já nasci numa clínica, fui dos primeiros na vila onde nasci, mas agora que já é cidade já ninguém lá nasce, porque é na capital de distrito, que fica a 12 quilómetros que nascem grande parte dos bebés, porque têm nelhores condições e mais específicas para as parturiantes e recém-nascidos. Mas os meus filhos, não nasceram aí, andei mais uma meia-dúzia de dezenas de quilómetros, mas a minha esposa e os meus filhos tiveram assistência ainda mais pronta e especializada, ou seja os tempos mudam, as condições de saúde têm que evoluir com os tempos, só assim faz sentido.
Ah... mas todo este processo tem que evoluir ao ponto de garantir que o transporte e acompanhamento das senhoras que estão a iniciar o trabalho de parto seja feito por pessoal qualificado para tal. Também aí há que investir, pior que ter uma assistência precária num hospital de província, é não ter qualquer assistência num carro ou mesmo numa ambulância.

segunda-feira, julho 10, 2006

Morte de seis bombeiros no combate às chamas

Neste dia em que previa falar sobre a final do Mundial Alemanha 2006, pois chegou ao fim um mês de festa do futebol, com o triunfo da Itália e uma recepção memorável à selecção portuguesa que terminou no 4º lugar, esse assunto passa para segundo plano quando comparado com a morte de seis soldados da paz quando desempenhavam a sua nobre missão.
Cinco sapadores chilenos e um bombeiro português morreram ontem carbonizados num incêndio em Famalicão da Serra, Guarda. As vítimas chilenas pertenciam a um grupo de 18 profissionais vindos daquele país, sendo uma equipa helitransportada que trabalha para a Afocelca - Associação de empresas do sectro papeleiro.
Aquela equipa chilena, com o apoio dos bombeiros locais, estava a progredir no terreno através de ferramentas manuais, com o apoio de um helicóptero. A repentina rotação de vento, com um aumento de intensidade e velocidade terá apanhado desprevenidos os bombeiros, isto numa altura em que o helicóptero foi reabastecer o balde e estava a voltar ao local para fazer uma descarga junto à equipa, a pedido dos mesmos. Os bombeiros portugueses, que seguiam na rectaguarda, conseguiram fugir à furia das chamas, à excepção de Sérgio Rocha, de 26 anos, bombeiro da corporação de São Gonçalo, que assumiu que iria orientar os chilenos, assim que estes descessem do helicóptero. Pouco depois de estarem no terreno os cinco chilenos, com idades entre os 22 e os 30 anos e Sérgio Rocha eram apanhados por um remoinho de vento e cercados por uma lingua de fogo, que lhes retirou a vida.
A origem deste incêndio, que foi dominado ao início da manhã, poderá ter sido uma faísca provocada por um sujeito que estava a trabalhar com uma máquina-roçadora. Obviamente que até prova em contrário foi um acidente que provocou este incêndio, mas entrámos numa época do ano em que todos os cuidados são poucos, quer para este tipo de trabalhos, queimadas ou outras quaisquer actividades que se façam na floresta. Menos de uma hora depois das mortes, a GNR da Guarda, deteve um suspeito, presente hoje à autoridade judiciária para um primeiro interrogatório.
E assim se perdem seis vidas e muitas outras ficam a chorar a morte dos seus familiares e amigos. Aqui presto a minha homenagem a todos os bombeiros, que se sacrificam em prole do próximo, que estão sempre presentes nos momentos de aflição, que nos amparam, que nos ajudam... Que a paz esteja com os soldados que ontem morreram no desempenho da sua nobre missão.

terça-feira, julho 04, 2006

II Torneio de Andebol de praia SIR/Snoobar

A praia de S. Pedro de Moel, recebeu este fim-de-semana o II Torneio de andebol de praia SIR/Snoobar, que foi a etapa inaugural do VI Campeonato Nacional de Andebol de Praia, numa organização do SIR 1.º de Maio de Picassinos (Marinha Grande). O Académico de Leiria, em masculinos, e a equipa Marés Vivas do Algarve, nas senhoras, venceram esta primeira prova do circuito oficial.
Na final feminina, as algarvias das Marés Vivas, do Gil Eanes de Lagos, usaram da melhor forma toda a sua experiência e venceram com facilidade a jovem equipa do Colégio de Gaia, por 2-0. Pode afirmar-se que o grande duelo, aconteceu nas meias-finais, em que a equipa Marés Vivas derrotou por 2-1, as campeãs nacionais, Munich Team. Destaque para a única equipa do distrito de Leiria presente nesta prova, o SIR 1º Maio, que terminou no quinto lugar, mas a marinhense Inês Carlos garantiu o troféu de melhor marcadora
Na final masculina, o Académico de Leiria apresentou-se algo desfalcado, mas com uma entrega digna de realce, a formação leiriense garantiu os primeiros dez pontos para o campeonato nacional, vencendo os eborenses Brinca N'Areia, por 2-1. Destaque para esta equipa alentejana, que apesar da sua juventude, mostrou-se muito bem preparada para praticar a modalidade nos areais, com um trabalho que acabou reflectido nos prémios individuais, ganhando os três troféus em disputa.
Foram três dias de actividade, numa competição de bom nível, interpretada por alguns dos melhores praticantes de andebol inscritos nas várias equipas, em masculinos e femininos. De salientar que participaram nesta etapa inaugural todas as equipas que vão disputar o presente campeonato.
Paralelamente, realizou-se a II edição do Torneio Popular, também organizado pelo SIR 1.º de Maio, que contou com a participação de 20 equipas, dividivas pelos escalões de Seniores Masculinos, Seniores Femininos e Juvenis Masculinos. Em seniores masculinos, o Académico de Leiria voltou a estar em destaque com o triunfo da equipa Lois/ASAL, em seniores femininos, venceu a equipa Anubis Team e em juvenis masculinos, ganhou a equipa SIR 1º Maio A. No total das duas competições foram realizados 77 jogos, este ano com a novidade de haverem jogos nocturnos, em mais um êxito do clube de Picassinos, que depois de no ano passado ter surpreendido pela capacidade organizativa no torneio popular, este ano respondeu da melhor forma ao desafio da Federação de Andebol de Portugal, para realizar a primeira etapa do Circuito Nacional. O VI Campeonato Nacional prossegue já no próximo fim-de-semana, na Praia do Pedrógão (Leiria), com a segunda etapa, a cargo do Académico de Leiria.

CLASSIFICAÇÕES:

Circuito Nacional Masculinos
1º - Académico de Leiria
2º - Brinca na Areia
3º - Gaia
4º - Munich/AGOVI
5º - www.media.1881.com

Melhor Marcador: Luís Engenheiro (Brinca N'Areia)
Melhor Guarda-redes: Rui Marques (Brinca N'Areia)
Jogador mais espectacular: Ricardo Cabral (Brinca N'Areia)


Circuito Nacional Femininos
1º - Marés Vivas
2º - Colégio de Gaia
3º - Munich Team
4º - Brinca N'Areia
5º - SIR 1º de Maio
6º - Morangoskas
7º - As Rosetas

Melhor Marcadora: Inês Carlos (SIR 1º Maio)
Melhor Guarda-redes: Carla Pedro (Marés Vivas)
Jogadora mais espectacular: Vera Lopes (Marés Vivas)


Torneio Popular Sen. Masculinos
1º - Luis/ASAL
2º - SIR 1º Maio A
3º - Vakedo GAW
4º - Farmácia Maria Orlanda
5º - Amigos do Costume
6º - Renegados
7º - SIR 1º Maio B
8º - Equiteam
9º - Jorkyball Mª. Grande
10º - Mão de Chumbo

Melhor Marcador: Eduardo Silva (SIR 1º Maio A)
Melhor Guarda-redes: Flávio Cordeiro (Renegados)
Jogador mais espectacular: Tiago Silva (Lois/ASAL)


Torneio Popular Sen. Femininos
1º - Anubis Team
2º - Casa do Povo de Valongo do Vouga
3º - SIR 1º Maio
4º - Sopabrincar
5º - Escolar Camões

Melhor Marcadora: Rita Ferrão (Anubis Team)
Melhor Guarda-redes: Inês Matos (Escolar Camões)
Jogador mais espectacular: Ana Rodrigues (SIR 1º Maio)


Torneio Popular Juv. Masculinos
1º - SIR 1º Maio A
2º - Minimilkus
3º - SIR 1º Maio B
4º - Jafu
5º - SIR 1º Maio C

Melhor Marcador: João Antunes (Minimilkus)
Melhor Guarda-redes: João Pêcego (SIR 1º Maio A)
Jogador mais espectacular: Fábio Rodrigues (SIR 1º Maio A)

segunda-feira, julho 03, 2006

Renovação governamental, mais um passo à direita

Numa altura em que o país está de tal modo embuído do espírito futebolístico, que tudo o resto passou a ser secundário. O Presidente da República deu hoje posse aos novos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa e aos respectivos secretários de Estado, três dias após a segunda remodelação do Governo de José Sócrates em 15 meses. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Diogo Freitas do Amaral deixou o Governo na sexta-feira, a seu pedido e por «motivos de saúde», sendo substituído por Luís Amado, até agora titular da pasta da Defesa. Para o lugar de Luís Amado, o primeiro-ministro escolheu Nuno Severiano Teixeira, que entra pela segunda vez para um Governo do PS, dado que já foi ministro da Administração Interna no segundo executivo de António Guterres (2000-2002). Quanto às mudanças nas secretarias de Estado, apenas entra um novo governante, João Mira Gomes, para secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, lugar deixado vago por Manuel Lobo Antunes, que transita com o ministro Luís Amado e vai assumir a pasta dos Assuntos Europeus, donde saiu Fernando Neves. Nas outras duas secretarias do Ministério dos Negócios Estrangeiros mantém-se António Braga (Comunidades) e João Gomes Cravinho (Negócios Estrangeiros e Cooperação).
É com bastante pena que vejo Diogo Freitas do Amaral abandonar o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros. Freitas do Amaral é a prova de que os Homens, mesmo os políticos, não devem ser cordeiros de princípios e estatutos partidários, também os políticos devem agir de acordo com a sua consciência enquanto seres humanos. Que sorte teve Freitas do Amaral em estar no Governo livre das amarras dos aparelhos partidários. Foi um excelente Ministro e Portugal marcou pontos no estrangeiro, afirmou-se enquanto nação autónoma.
Na minha humilde opinião, e por muito paradoxal que pareça. Com a saída de Freitas do Amaral, o Governo vai rumar definitivamente à direita e ao Neo-liberalismo, até porque no seu lugar, vai estar Luís Amado, que já deixou indícios de que é esse o rumo que pretende para o país e o mesmo deverá acontecer nas decisões internacionais. Penso que não foi este o rumo que os portugueses pretendiam para o país, ao darem a maioria absoluta ao Partido Socialista. Vamos ver o que é que isto vai dar...