Parabéns "Katchau"

Hoje é dia 21 de Fevereiro, dia muito importante para os benfiquistas, pois o Glorioso vai voltar à ribalta do futebol europeu, recebendo o Liverpool para a Liga dos Campeões, mas é muito mais importante para um benfiquista em particular. Refiro-me ao Ricardo Gomes ("Katchau"), o jovem marinhense que esteve em missão da ISAF em Cabul e que regressou na sexta-feira à noite, para mais seis meses de missão.
O Ricardo faz hoje anos e ao contrário do que tinhamos previsto de ir passar este dia na Catedral, o "Katchau" foi de novo para o Afeganistão, desta vez com mais um marinhense, a quem aproveito para desejar sorte nesta fase da sua vida e também ele é mais um motivo de orgulho dos marinhotos.
Para ti Ricardo e para os teus pais, muitos parabéns, que o dia seja bem passado e quero que saibas, que apesar de já estares longe, continuas no coração dos que te conhecem... e torce muito pelo nosso Benfica, bem agarradinho a umas louras... porque ao menos, se a coisa correr mal, já levas avanço para afogar as mágoas. Parabéns "Katchau".

Combate à delinquência tem de ser uma prioridade

Esta manhã, como faço habitualmente, fui levar os meus filhos aos avós e à escola e também, como faço diariamente, fui tomar o meu cafésinho a um café, que por acaso, até é de um irmão meu. Até aqui tudo normal, à excepção da forte chuvada que se fazia sentir, mas issso apesar de raro, tendo em conta a época do ano, também é normal. O que ainda não é normal, é eu chegar ao café e deparar-me com um vidro partido e ter constatado, que o café tinha sido assaltado.
Já há uns meses atrás os amigos do alheio tinham passado por aquele café, e partido outro vidro, retirando lá de dentro uma máquina de isqueiros, sem ter necessidade de entrar. Agora, como não tinham nada à mão, entraram e foram ao balcão buscar uma máquina de chocolates, que por acaso, estava cheia de moedas, num valor que rondava os 200 euros. Por acaso ou talvez não, é que quem lá foi, parece-me que sabia que a máquina estava cheia, que o assalto iria valer a pena...
Enfim, mais uma vez deparei-me com a impotência dos proprietários perante estes bandos de ladrões que vão roubando quem de manhã à noite está de porta aberta para conseguir fazer face às muitas despesas que tem um estabelecimento comercial e daí conseguir tirar rendimentos para as, também muitas despesas que tem a vida...
É frustrante, chegar a um local onde se vai diariamente e ver familiares, ou amigos nossos, estarem a passar pelo que eu voltei a ver o meu irmão passar, sim porque os donos dos cafés, ou outros comércios que frequentamos com assiduidade passam a ser nossos amigos, muitas vezes confidentes.
Este fim-de-semana, soube também que uma minha familiar já de idade, foi assaltada na praça onde foi às compras, em pleno dia, quando lhe rasgaram a bolsa com uma arma branca. Da bolsa à barriga, a distância é de poucos milímetros, daí que essa minha familiar tenha corrido o risco de ser perfurada pelos assaltantes, sem se quer se ter apercebido de nada...
A insegurança está generalizada, a polícia pouco ou nada faz, pois as condições são cada vez menores, as rondas são tão raras, que os lugares mais periféricos, nem têm a sorte de verem os agentes passarem nas suas ruas.
Com a intenção do Governo de fechar muitas das esquadras da PSP que estão em cidades de média dimensão, a situação só pode piorar...
Senhores governates, deixem-se de projectos megalómanos, como TGV, Ota, ou nova travessia sobre o Tejo em Lisboa, que acima de tudo servirão para devolver o investimento feito pelos lobys que vos ajudaram a eleger, e ponham os olhos nas prioridades dos portugueses, e uma delas é a falta de segurança dos cidadãos. Coloquem termo a esta onda de criminalidade, que todos nós vivemos diariamente. Eu tive em dois dias, dois exemplos, muitos outros haveriam para aqui referir.
A crescente libertinagem e impunidade que assistimos ao consumo e pequeno tráfico de droga, o aumento do desemprego, a falta de acompanhamento dos pais aos seus filhos, que são criados por si próprios nas ruas, tudo isto ajuda ao aumento da falta de respeito pelo que é dos outros, e cada vez mais parece que o nosso país está a saque, e ninguém faz nada... depois admirem-se se alguns cidadãos quizerem fazer justiça pelas próprias mãos.

Dia dos namorados e Bodas de Ouro

Neste espaço, faço regularmente o relato da minha visão de um facto ou conjunto de factos que estando na actualidade, me tocam de alguma forma.
Hoje como é Dia de São Valentim, o Dia dos Namorados, é também o dia em que eu assinalo 13 anos de namoro com a minha esposa... Mas não pretendo falar de mim, mas sim do casal que conheço que mais provas de Amor mútuo me tem dado... Os meus pais.
É que há uns meses comemoraram Bodas de Ouro e na altura, era assim que eu vivia esse facto:

"Hoje, vou abordar um acontecimento que tem muito de pessoal, que me toca profundamente, bem no íntimo. Mas que acredito, muitos de vós, também já viveram situação idêntica, ou espero que venham a viver.
Os meus pais, comemoraram Bodas de Ouro do seu matrimónio... 50 anos, uma vida juntos, que resultou em mais cinco vidas, que já se multiplicaram e os bisnetos já começam a encher a família... é isso mesmo que se trata, de família... o pilar do equilibrio de qualquer cidadão e no fundo da comunidade... é lá, na família, que podemos e devemos ir beber a energia suficiente para superar as dificuldades da vida, é lá, também, que comemoramos as nosas vitórias, que nos refugiamos, quando as derrotas surgem... a família.
Mas neste caso, tudo acenta no sucesso de um casal, que fez 50 anos de casados, como muitos outros há, felizmente, até com muitos mais anos de vida a dois.
Mas casamento é isso mesmo, comunhão de dois seres, que sendo diferentes, se moldam, com tolerância, compreensão, carinho, dedicação... enfim, mais do que atracção física ou gosto pelo corpo do outro, trata-se de muito mais que isso, é AMOR, ultrapassa as barreiras do corpo, entra no campo do espírito.
É não descansar enquanto não souber como e onde está a sua cara-metade, é estar lá presente na doença, é sofrer com a mais pequena dor que a outra parte de nós sente... é sentir uma enorme alegria, quando a outra parte de nós obtém um triunfo, seja ele qual for... é que um casamento devia ser para toda a vida, pois só deveria acontecer quando se sente tudo isto e muito mais, que não consigo explicar por palavras, pela pessoa com a qual nos propomos a partilhar o que de mais íntimo temos...
É isto que eu vi em casa ao longo dos meus anos de vida, é isto que para mim é o casamento... partilha, sacrifício do nosso ego em prole do casal, práticamente deixar de haver um eu, para passar a haver um nós... Quem não se entrega desta forma... dificilmente leva o barco a bom porto...
Os meus pais, como tantos outros casais, fazem-no de uma forma apaixonada... como os meus, muitos outros há que o fazem, certamente.
Mas e agora, na sociedade que vivemos, de competição permanente, por um lugar no parque de estacionamento, ou na fila de trânsito, ou do super-mercado... na árdua competição por um posto de trabalho, por menos especializado que seja...
É difícil não levar este ritmo de competição para dentro de casa e manter a luta constante pela rezão, nos desentendimentos que temos em qualquer casal, é verdade... a competição da nossa sociedade vai penetrando nos nossos lares e aos poucos vão-se desmoronando os casamentos, com filhos que muitas vezes ficam à deriva e não terão o prazer e o privilégio, que são crescer num ambiente familiar, como eu e muitos de nós tivemos oportunidade...
Só depende de todos nós mudar esta situação, não permitir que os males da nossa sociedade entrem nas nossas paredes, sejam quais forem as dificuldades com que os casais se debatam, juntos será, certamente, mais fácil de serem superadas...
É este um dos ensinamentos que os meus pais me deram, é este o espírito que quero para a minha vida e passar aos meus filhos... e daqui a 40 anos, também eu quero voltar ao altar, como os meus pais fizeram, é que 10 anos de casamento já passaram, com muitas dificuldades, como qualquer casal, mas também eu quero, que os meus filhos, um dia venham a ter, ao menos, um pouco do orgulho nos seus pais, como eu tenho nos meus..."

Feliz Dia dos Namorados para todos os amigos que me têm dado o privilégio de passar pelo "Civismo e Camaradagem". Ah, e os comentários são sempre bem vindos... da partilha de ideias todos saimos a ganhar.

Álcool e condução, uma combinação mortal

Dados do Instituto Nacional de Medicina Legal tornados públicos hoje, revelam que a larga maioria (75%) dos condutores que no ano passado morreram em acidentes de viação e que acusavam álcool no sangue, apresentavam uma taxa crime, ou seja, superior a 1,2 gramas por litro (g/l) e punida com pena de prisão.
Num universo de 182 condutores que acusaram mais de 0,5 g/l, 138 tinham bebido bastante mais antes de conduzir, ultrapassando os 1,2 g/l, revelam os resultados das autópsias feitas no ano passado pelas três delegações (Lisboa, Porto e Coimbra) do Instituto Nacional de Medicina Legal, as quais recordam que, para acusar uma taxa de 1,2 g/l, é preciso ingerir em média seis bebidas alcoólicas.
Dá que pensar, seis bebidas alcoólicas quando depois se vai conduzir...
Outros 44 condutores mortos na sequência de acidentes rodoviários acusaram valores entre os 0,5 e os 1,19 g/l, o que também é punido por lei.
Ou seja, com conduções sob o efeito do álcool morreram nas nossas estradas, no ano passado, 226 condutores. Agora a questão que este estudo não revela, é quantos é que não beberam e que tiveram o azar da sua vida se cruzar com os ditos condutores alcoolizados. De qualquer forma, dos condutores que morreram nas estradas portuguesas no ano passado, sabe-se que 321 apresentavam uma taxa de alcoolémia legal (até 0,49 g/l), ficando por saber quantos se abstiveram de beber bebidas alcoólicas antes de conduzir.
Mais uma vez comprova-se, com números fatais, a velha máxima "se conduzir não beba". Mas esta como muitas outras frases feitas, tornam-se melodiosas para os ouvidos e no absurdo da inconsciência humana, induzem mesmo (esta é uma opinião muito pessoal) as pessoas a manter ou mesmo reforçar os hábitos que se pretendem combater, neste caso o de juntar dois factores por si só perigosos, condução e álcool.
Têm surgido algumas campanhas contra a ingestão de álcool por quem conduz, como é o caso da "100% cool", campanhas que vão para junto de lugares de grande consumo de bebidas alcoólicas, na noite, que vão apelando ao bom senso dos condutores. Mas muito mais tem que ser feito e não me parece que a solução passe pelo reforço de operações STOP das forças policiais, a campanha tem que passar pela consciência das pessoas, pelas campanhas-choque, com imagens das implicações da ingestão do álcool para o organismo, para as famílias e para a sociedade em geral, com testemunhos e imagens das consequências de uma noite de copos, que muitas vezes acaba por marcar a vida de quem se excedeu ou de quem teve a infelicidade de estar no sítio errado à hora errada.
Recorde-se que o Código da Estrada só prevê sanções para os condutores a partir dos 0,5 g/l - valor que é atingido com a ingestão de dois copos de vinho em média -, sendo que uma taxa de alcoolémia até 1,19 g/l é punida com coimas (entre os 250 e os 2500 euros) e inibição de conduzir (entre um mês e dois anos), enquanto, a partir de 1,2 g/l, a lei prevê a detenção do condutor, que fica sujeito a uma pena de prisão máxima de um ano ou pena de multa até 120 dias.
Apesar das coimas, o que é facto é que os números não param de aumentar.
Não é com medidas de repreensão que se muda o rumo a estes trágicos números, concordo com as coimas e penas, mas é preciso fazer muito mais.
Neste, como em muitos outros flagelos, mais vale prevenir que remediar, até porque aqui, as consequências são de tal forma catastróficas, que já nada consegue remediar a ausência de um pai, marido ou filho.

Quem semeia ventos...

Numa altura em que uns vão lutando pela paz no Mundo e para que as diversas civilizações deste planeta globalizado possam co-habitar, sem conflitos nem guerras, eis que surge nova crispação entre os países ocidentais e a cultura do médio-oriente, nomeadamente com o que de mais sagrado têm, precisamente a sua religião.
Mais uma vez é a religião, ou a falta de respeito pelos credos dos povos, que estão na origem de mais conflitos e com consequências imprevisíveis.
O jornal dinamarquês Jyllands-Posten publicou a 30 de Setembro 12 caricaturas do profeta Maomé, incluindo uma em que é representado com um turbante em forma de bomba, e que foram reproduzidas a 10 de Janeiro por um jornal norueguês e depois por vários media noutros países europeus, gerando uma onda de protestos dos muçulmanos.
Mais uma vez, um bando de "chicos-espertos" que se dizem donos da verdade, publicam o que entendem ter muita piada, mas esquecendo-se das consequências que podem ter e muito menos nos implicados na sua chacota deplurável e primária.
Falta de respeito pelo povo muçulmano ou qualquer outro, deixa-me mais uma vez a sensação de que não pertenço a este mundo ocidental sem escrupulos e barreiras à liberdade de expressão. Pode ser legal publicar essas ou outras caricaturas, mas éticamente é reprovável... é lastimável que um conjunto de encefalados possam colocar em causa o que tão difícil tem sido criar, a paz no Mundo... a saudável vivência entre os povos e as suas diferenças...
Nós já sabemos, infelizmente, como os povos muçulmanos reagem ao que entendem serem provocações à sua religião... são fundamentalistas, é verdade, reprováveis, claro que sim... mas é preciso ser inteligente na forma com se lida com esses radicalismos, porque os inocentes, são quem costumam pagar este tipo de provocações.
Numa altura em que se tenta evitar a proliferação do armamento nuclear no médio-oriente, nomeadamenete no Irão, eis que surgem mais razões para que os povos islâmicos sintam necessidade de reforçar o seu armamento.
Este fim-de-semana foram incendiados os edifícios das embaixadas da Dinamarca e da Noruega em Damasco, capital síria, e o consulado dinamarquês em Beirute, no Líbano, que levaram a pedidos de desculpa à Dinamarca por parte dos respectivos Governos e à demissão do ministro do Interior libanês.
Hoje, confrontos entre as forças de segurança afegãs e centenas de manifestantes que protestavam em Mitharlam, centro do Afeganistão, contra a publicação de caricaturas de Maomé provocaram um morto e quatro feridos, segundo o Ministério do Interior afegão. Na cidade de Kandahar, no sul do país, os manifestantes exigiram o julgamento dos "infiéis" que publicaram as caricaturas do profeta Maomé. "Condenamos a humilhação da nossa fé e religião", afirmaram os manifestantes, enquanto o imã da principal mesquita da cidade, apelou às autoridades afegãs para que cortem as relações diplomáticas com a Dinamarca, o primeiro país a publicar as caricaturas.
Ora não esqueçamos, que a Dinamarca tem no Afeganistão, cerca de centena e meia de militares integrados na ISAF, uma força da NATO de restabelicimento de paz... a Dinamarca dá ao povo afegão, com uma mão e tira com a outra... enfim, coisas da cultura ocidental, que do lado de lá não se compreende. Lá é olho por olho, dente por dente...
Os primeiros-ministros espanhol e turco apelaram hoje ao "respeito e à calma", num artigo conjunto em que consideram que a publicação das polémicas caricaturas pode ser "perfeitamente legal" mas rejeitável "do ponto de vista moral e político". Num artigo conjunto publicado hoje no Herald Tribune, José Luis Rodríguez Zapatero e Recep Tayyip Erdogan - defensores do projecto Aliança das Civilizações - consideram ser necessárias "iniciativas e instrumentos que ponham fim à espiral de ódio e ofuscação que constitui uma ameaça à paz e segurança internacional".
Concordo perfeitamente, bem hajam pelo vossa postura senhores governantes, pena é que os verdadeiros Senhores do Mundo, estejam caladinhos a ver o que é que isto dá...
É nestes casos, que mais que nunca me recordo da cimeira das Lajes... a tal que foi feita para iniciar uma guerra inconsequente e sem fundamento... infelizmente, parece-me que retaliações deverão ser esperadas a qualquer momento.